segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Arquitetura de terra

Arquitetura de terra
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O uso da terra crua como matéria prima para construções remonta a mais de 10.000 anos, sendo a África e o Médio Oriente as regiões onde foram encontrados os registros mais remotos do domínio das técnicas de Arquitetura de terra.
Influenciados diretamente pelos conhecimentos acumulados nesses continentes, os colonizadores europeus fizeram uso dessas técnicas não apenas na construção de muitas de suas cidades, como também nos territórios de suas conquistas a partir do século XV.
O século XIX introduziu processos industriais, que contribuíram para o desenvolvimento de diversos segmentos relacionados à transformação de matérias primas em manufaturados, que resultaram no surgimento de materiais hoje largamente utilizados. O uso de tecnologia na construção civil fez com que os processos artesanais em pauta até então, aos poucos, fossem desaparecendo, sendo substituídos por materiais e procedimentos que em pouco tempo se transformaram em “unanimidade”. Como esse processo de modernização iniciou-se nos chamados países desenvolvidos, nem sempre tais produtos, frutos dessa “revolução”, se adaptavam às realidades do terceiro mundo, sobretudo as de aspecto climáticas, culturais e sociais, fatos esses raramente debatidos na profundidade necessária, tampouco estudada científicamente.
A utilização da terra crua como elemento construtivo chegou ao Brasil de várias formas, com o processo de colonização foram introduzidas as técnicas do adobe e também a taipa de pilão, porem, acreditamos que o fenômeno dos arquétipos evidenciou que os nativos locais, os índios brasileiros, e os nativos africanos que aqui chegaram como escravos, já dominavam as técnicas do pau-a-pique ou taipa.
Tais técnicas propiciam um alto índice de isolamento e quanto mais largas as paredes, maior o resultado térmico e ambiental.
Por se tratar de matéria prima de certa forma abundante, podemos afirmar que nas primeiras ocupações no período colonial a utilização dessas técnicas predominavam, vale dizer que em algumas regiões principalmente as localizadas e próximas do litoral a pedra foi largamente utilizada, como fundação e também como parede.
Apesar do preconceito existente, as técnicas em terra crua ainda são bastante utilizadas, segundo as Nações Unidas, 60% da população mundial vivem em construções feitas em terra. Paradoxalmente, o valor e a extensão do patrimônio arquitetônico da arquitetura de terra tem sido sistematicamente desconhecidos, ignorados e ocultados por quase todas as disciplinas ligas às Artes e a Arquitetura que não se interessam, em escala mundial, em integrar-la em seus sistemas de transmissão de conhecimento.
Esta lacuna tem levado a uma falta de interesse cujo resultado poderia ser dramático para este patrimônio identificado na arquitetura vernacular e contemporânea em vários lugares do planeta.
10% da “Lista do Patrimônio Cultural da Humanidade” é constituído por monumentos de Arquitetura de Terra;
16 dos monumentos mundiais incluídos na “Lista dos 100 Monumentos em Perigo” do World Monument Watch estão construídos com terra;
57% da “Lista do Patrimônio Cultural em Perigo” do World Heritage Center consiste em sítios de Arquitetura de Terra.
Por influencia dos problemas sociais e ambientais, as perdas de referências culturais, a pouca autenticidade, a degradação do meio ambiente, etc, estamos hoje presenciando a um período de redescobrimento e real interesse pela Arquitetura de Terra.

sábado, 1 de novembro de 2008

Adobe

Adobe - Construção em terra crua que consiste em moldar o tijolo em formas de madeira. O tijolo é queimado, ou seco, ao sol, sem que haja a queima em fornos. Palavra derivado do árabe atob, que significa, literalmente, tijolo seco ao sol. Técnica usado em todo o mundo e ainda muito presente no Brasil, principalmente nas áreas rurais.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A taipa de pilão

A taipa é uma técnica construtiva vernacular à base de argila (barro) e cascalho empregue com o objectivo de erguer uma parede.
Existem duas formas de taipa:
a taipa de mão, também conhecida como "à galega" em Portugal, onde o barro é aglutinado horizontalmente num trançado de madeira para formar a parede, com as mãos;
a taipa de pilão, também dita apiloada, onde o barro é compactado horizontalmente, com o auxílio de formas e pilões.

A taipa de pilão
A taipa de pilão é um sistema rudimentar de construção de paredes e muros. A técnica consiste em comprimir a terra em fôrmas de madeira no formato de uma grande caixa, onde o material a ser socado é disposto em camadas de aproximadamente quinze centímetros de altura. Essas camadas são reduzidas à metade da altura pelo processo de piloamento. Quando a terra pilada atinge mais ou menos 2/3 da altura do taipal, recebe, transversalmente, pequenos paus roliços envolvidos em folhas, geralmente de bananeiras, produzindo orifícios cilíndricos denominados "cabodás" que permitem o ancoramento do taipal em nova posição. Essa técnica é usada para formar as paredes externas e as internas, estruturais, sobrecarregadas com pavimento superior ou com madeiramento do telhado.

A taipa de mão
Também chamada de pau-a-pique, taipa de sopapo, taipa de sebe, barro armado, é uma técnica em que as paredes são armadas com madeira ou bambu e preenchidas com barro e fibra. A matéria-prima consiste em trama de madeira ou bambu, cipó ou outro material para amarrar a trama, solo local, água e fibra vegetal, como capim ou palha. O solo local e água são amassados com os pés e, depois de homogeneizados, são misturados à fibra e a massa é usada para preencher a trama. Normalmente usada para erguer parede estrutural ou de vedação.

História
Acredita-se que seja empregado desde tempos imemoriais no Oriente, sendo do conhecimento do Império Romano. No Norte da África a técnica da taipa de pilão vem sendo milenarmente utilizada.
Incombustível e isolante térmico por natureza, a taipa foi empregue na arquitectura de fortificações por diversos povos desde a Idade Antiga, destacando-se a China, que a utilizou em extensos trechos da Muralha da China, e a cultura islâmica, inclusive em algumas fortificações na península Ibérica, em particular na região do Algarve, tendo sido os mouros os responsáveis pela sua introdução na península Ibérica.

A técnica da taipa de pilão foi trazida ao Brasil pelos portugueses e largamente utilizada no período colonial, sobretudo na região Sudeste, onde grande parte das igrejas e construções de dois ou mais pavimentos foram edificadas com a técnica de taipa-de-pilão.

Pesquisas sobre o manejo dessa técnica, e de outras em terra crua, como o adobe e o pau-a-pique, contribuíram para o uso atual e difusão das mesmas. O aprimoramento do manejo e uso de equipamentos vem possibilitando construções modernas em taipa em vários países como os Estados Unidos da América, a Alemanha, a Austrália, a Nova Zelândia, o Chile e outros. Esse desenvolvimento tem possibilitado intervenções de conservação e restauração em construções históricas e também novas construções.
A simplicidade, o baixo custo e resistentência (desde que bem isolada), faz com que a taipa seja aplicada ainda hoje em diversos tipos de edificações do Brasil, principalmente regiões de climas quentes e secos com baixos índices de pluviosidade. Tradicionalmente é isolada com cal, em aplicações repetidas com regularidade, podendo ainda ser revestida com pedras.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pau-a-pique

Pau-a-pique

Casa de taipa de mão, em Serra Talhada (PE), no Brasil.
Pau-a-pique, também conhecida como taipa de mão, taipa de sopapo ou taipa de sebe, é uma técnica construtiva antiga que consistia no entrelaçamento de madeiras verticais fixadas no solo, com vigas horizontais, geralmente de bambu amarradas entre si por cipós, dando origem a um grande painel perfurado que, após ter os vãos preenchidos com barro, transformava-se em parede. Podia receber acabamento alisado ou não, permanecendo rústica, ou ainda receber pintura de caiação.
Utilizado no repertório das construções dos séculos XVIII e XIX, período colonial. Sobretudo nas paredes internas de tais edificações. Das técnicas em arquitetura de terra é a mais utilizada, principalmente por dispensar materiais importados. Note-se que seu uso ocorre, em sua maioria, na zona rural.
A construção de pau-a-pique, quando mal executada e mal acabada pode se degradar em pouco tempo, apresentar rachaduras e fendas inclusive se tornando alvo de roedores e insetos, que se instalam nestas aberturas. Durante muitos anos, o pau-a-pique foi associado ao barbeiro (Triatoma infestans), inseto transmissor da Doença de Chagas. No entanto, quando construída de forma adequada, com base de pedra afastando-a do solo (50 a 60cm) e devidamente rebocada e coberta, não há o perigo da instalação do barbeiro nas paredes e ou mesmo da degradação do pau-a-pique.[1]
Houve alguma evolução na forma de construir com pau-a-pique, as madeiras deixaram de ser fixadas no solo, pelo fato de apodrecerem rapidamente, suas amarrações passaram ser feitas com outros materiais, fibra vegetal e arame galvanizado. Mais recentemente, no Chile tem surgido construções utilizando uma variação desta técnica, que é chamada de quincha metálica ou tecnobarro, onde a madeira da "gaiola" é substituída por malha de ferro, preenchida com barro através de equipamento apropriado.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Bambu

Na sua luta pela sobrevivência o homem buscou sair da floresta e das estepes onde estava para instalar-se em cavernas e grutas, onde o ambiente era mais controlado, sem intervenções da chuva, do vento e dos relâmpagos amedrontadores. Poderiam mais facilmente conter invasores e ter uma vida mais harmoniosa em sociedade. Com o tempo faltou espaço e os homens passaram a utilizar materiais da natureza para construir "cavernas" temporárias. Usavam o que encontravam; pedra, madeira, terra, areia, folhas, e certamente bambu. É tubular, longo e resistente. Flexível e fácil de manusear e transportar, é mais leve que a maioria dos outros materiais fortes.
Na Ásia temos os exemplos vivos mais antigos da arquitetura com bambu, em templos japoneses, chineses e indianos. O Taj Mahal teve sua abóboda estruturada por metal recentemente, quando substituíram a estrutura milenar de bambu. A construção de pontes de bambu na China é algo espetacular, com vãos enormes e tensionadas com cordas de bambu. Na África também encontram-se muitas habitações populares construídas com bambu.
Sítios arqueológicos no Equador mostram que o bambu é utilizado há cerca de 5000 anos na América do Sul, primeiramente pelos indígenas. O artigo do Dr. J.J. Parsons na Geographical Review Vol. 81: "Giant American Bamboo in the Vernacular Architecture of Colombia and Ecuador", de 1991 é didático no assunto. Pontes, cercas, barricadas, aquedutos e até prisões já foram feitas do bambu da espécie Guadua Angustifolia, preferido dos colombianos e equatorianos.

Super Adobe

Com solo local, faça construções deSUPERADOBE
Simples e eficiente. O superadobe é uma das mais populares técnicas de construção do Ecocentro IPEC. Criada pelo iraniano Nader khalili na década de 80, o superadobe logo obteve grande sucesso devido à baixa complexidade e requisitos simples: sacos de polipropileno e terra local.
Tudo que você precisa para fazer superadobe: sacos de polipropileno, terra, baldes e um pilão.
A construção é simples, bastando que a terra local, umedecida, seja colocada em sacos de polipropileno e então socada (com o auxilio de um socador) em fiadas com até 20 cm de altura. Fiada após fiada, bem compactadas, a parede vai subindo. Quando a parede de superadobe chegar à altura desejada, basta retirar o saco de polipropileno das laterais e rebocá-la. Pronto, sua construção de superadobe não poderia ser mais simples!
Veja as etapas de construção com superadobe: da esq. para a dir., as camadas de solo ainda dentro dos sacos de polipropileno; já sem o saco, com reboco superficial; construção finalizada.
As vantagens do superadobe são:
Rapidez na conclusão da construção
Grande resistência, suportando conturbações variadas
Conforto térmico em dias quentes e frios
Custo baixo
Qualquer tipo de solo serve.